pintura / instalação

enrique banfi

Museu da República

Rio de Janeiro, 1993



Enrique Banfi integra a linhagem dos artistas contemporâneos que olham a arte de maneira não absoluta. 0 trabalho que desenvolve não é desenho, nem pintura ou escultura, mas no entanto contém um saber que toca toda essa diversidade técnica.
Em mostras passadas, tanto na Galeria Montesanti quanto na Candido Mendes, tivemos oportunidade de ver obras que, pelo formato e tamanho, se aproximavam de uma pintura tradicional. Nessa mostra, dando continuidade ao trabalho anterior, as próprias paredes da galeria são usadas pelo artista como espaço integrante da obra - espaço onírico onde o real toca o virtual e o caos a forma-.
A razão (ratio, norma, proporção) não absoluta é uma razão plural, que tende a se multiplicar, que arruma a multiplicidade na mutabilidade, abandonando os padrões absolutos e deixando-nos por vezes perplexos.
Perguntamos, então, com Enrique: o que rege o caos?
Qual o limite entre o caos e a ordem?
0 método de abordagem do material inicia-se pela manipulação do gesso em seu estado líquido, substância que vai gradativamente adquirindo uma consistência pastosa e finalmente endurece, e que permite, além da impressão de gestos e traços, a incorporação de pequenos fragmentos rígidos de estatuetas e ornatos.
Seu trabalho revela a essência da exploração dos segredos íntimos da criação plástica.

  Rosa Maria Lellis Werneck