Enrique Banfi integra a linhagem dos
artistas contemporâneos que olham a arte de maneira não
absoluta. 0 trabalho que desenvolve não é desenho, nem
pintura ou escultura, mas no entanto contém um saber que toca
toda essa diversidade técnica.
Em mostras passadas, tanto na Galeria Montesanti quanto na Candido Mendes,
tivemos oportunidade de ver obras que, pelo formato e tamanho, se aproximavam
de uma pintura tradicional. Nessa mostra, dando continuidade ao trabalho
anterior, as próprias paredes da galeria são usadas pelo
artista como espaço integrante da obra - espaço onírico
onde o real toca o virtual e o caos a forma-.
A razão (ratio, norma, proporção) não absoluta
é uma razão plural, que tende a se multiplicar, que arruma
a multiplicidade na mutabilidade, abandonando os padrões absolutos
e deixando-nos por vezes perplexos.
Perguntamos, então, com Enrique: o que rege o caos?
Qual o limite entre o caos e a ordem?
0 método de abordagem do material inicia-se pela manipulação
do gesso em seu estado líquido, substância que vai gradativamente
adquirindo uma consistência pastosa e finalmente endurece, e que
permite, além da impressão de gestos e traços,
a incorporação de pequenos fragmentos rígidos de
estatuetas e ornatos.
Seu trabalho revela a essência da exploração dos
segredos íntimos da criação plástica.
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Rosa Maria Lellis Werneck |
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